O Poema |
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Agora, lê o poema.
Seguidamente atenta na análise do poema, pois esta ajudar-te-á a fazer outras análises no futuro.
Amar!
Eu
quero amar, amar perdidamente!
Amar
só por amar: Aqui... além...Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar!
Amar! E não amar ninguém!
Recordar?
Esquecer? Indiferente!...
Prender
ou desprender? É mal? É bem?Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Florbela
Espanca
UMA ANÁLISE POSSÍVEL
Na
obra poética de Florbela Espanca, o amor é visto de uma forma arrebatadora e a
busca pelo mesmo é desenfreado tornando-se necessidade vital, o qual gera um
prazer de viver amando constantemente. Florbela neste soneto faz uma alusão ao
tempo presente, dando voz a um Eu consciente em relação à fugacidade do tempo e
por isso, utiliza a temática da expressão carpe
diem para exigir o seu direito de amar, como é perceptível no seguinte
trecho:
“ Eu
quero amar, amar perdidamente!”
Tem-se
no soneto a representação de um Eu feminino livre das imposições sociais a
proporção em que expressa sua vontade de poder amar várias pessoas sem ter que
se prender a alguém:
“Este e Aquele, o Outro
e toda a gente
Amar! Amar! E não amar
ninguém!”
Como
se sabe a primavera poder ser usada como metáfora da juventude. Assim pode se
fazer uma leitura dos versos florbelianos da seguinte maneira: é imprescindível
aproveitar a juventude, enquanto somos jovens.
Florbela
Espanca ao usar tal expressão já mencionada, argumenta e se posiciona de forma
contrária a afirmação de que o amor tem que ser eterno:
“Quem disser que se
pode amar alguém
Durante a vida inteira
é porque mente!”
“Há uma Primavera em
cada vida:
É preciso cantá-la
assim florida, [...]”
Portanto,
pode-se afirmar que o poema Amar traz a representação de uma mulher sensual,
erótica, que exterioriza através do poema suas inquietações no que diz respeito
às limitações dadas a mulher em seu contexto:
"E se um dia hei-de ser
pó, cinza e nada
Que seja a minha noite
uma alvorada,
Que me saiba perder...
pra me encontrar...”
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